Duda Jankauskas terá sua coluna semanalmente neste site, trazendo reflexões e discussões sobre questões relacionadas a crianças, adolescentes e a luta pelos direitos da comunidade trans e travesti.

Em Cascavel, Paraná, a luta contra o preconceito e o racismo ainda está longe de ser vencida. A cidade, que deveria ser um exemplo de acolhimento e diversidade, permanece marcada por uma realidade em que pessoas LGBTQIA+ enfrentam inseguranças e ameaças constantes. A violência, tanto física quanto psicológica, é uma sombra que paira sobre aqueles que ousam viver sua verdade em um espaço que, muitas vezes, não os reconhece como cidadãos plenos.Infelizmente, essa intolerância se reflete nas falas de alguns representantes do legislativo e do executivo, que, ao invés de promover o respeito e a inclusão, perpetuam o ódio em suas declarações. Essa postura não apenas marginaliza os indivíduos LGBTQIA+, mas também evidencia um problema mais profundo: a falta de reconhecimento da diversidade étnica e social presente na população. Muitas pessoas ainda não se identificam com sua própria etnia ou classe social, o que dificulta a aceitação e a empatia em relação ao próximo.Para que a mudança aconteça, é fundamental que as vozes das pessoas LGBTQIA+ sejam ouvidas e que elas ocupem espaços de poder e decisão. Sem essa representação, o respeito e a cidadania plena continuarão a ser apenas um sonho distante. É hora de refletirmos sobre nossa responsabilidade coletiva em construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde cada indivíduo, independente de sua orientação sexual, etnia ou classe social, possa viver com dignidade.”Enquanto não reconhecermos a diversidade que nos cerca, continuaremos a ser prisioneiros de nossos próprios preconceitos.”

Duda Jankauskas é bióloga e pedagoga, trabalha com crianças e adolescentes em vulnerabilidade, promovendo reflexões sobre suas identidades e lutas. Também é presidente do Movimento de Pessoas Trans e Travestis de Cascavel.