A Política da Intimidação: Beto Guilherme e a Impunidade
No contexto político atual, em pleno 2024, os atos de homofobia e as ameaças se tornaram questões alarmantes que não podem ser ignoradas. O caso de Beto Guilherme, Secretário da Acesc, é emblemático dessa realidade. Ao fazer uso de grupos de WhatsApp para expor piadas homofóbicas, ele não apenas desrespeita a dignidade das pessoas, mas também perpetua um ciclo de intolerância que deve ser confrontado com firmeza.
Quando se diz que “é apenas uma piada”, ignora-se que, a partir do momento em que se desrespeita uma pessoa, a piada se torna uma agressão.A polarização que vivemos, onde a mídia faz uma segregação entre negros e brancos, esquerda e direita, intensifica essa problemática. É lamentável que, em meio a essa crise moral, um secretário público se permita agir de forma tão irresponsável e ofensiva, enquanto a maioria dos veículos de comunicação permanece em silêncio. O único jornal que teve a coragem de abordar o assunto foi o Preto no Branco, que defende a seriedade e a credibilidade na cobertura de temas tão sensíveis.Adicionalmente, as ameaças feitas por Beto Guilherme a servidores da prefeitura para que apoiassem a campanha de Renato Silva são inaceitáveis. Sua declaração — “Última vez que aviso! A Tramontina vai funcionar” — é uma clara alusão a cortes e demissões, configurando assédio eleitoral.
Em um país onde a democracia deve ser um pilar fundamental, práticas como essa representam um retrocesso inaceitável. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, destacou essa situação, afirmando que estamos retornando a práticas criminosas que violam o direito de voto livre e consciente.Surpreendentemente, mesmo após cometer crimes de ameaça e homofobia, Beto Guilherme se encontra na comissão de transição de governo e, em uma entrevista na CBN — rádio de Renato Silva — declarou que ainda não sabe qual será seu cargo na gestão que se inicia em 2025. Isso levanta uma indagação perturbadora: o crime prevaleceu? Como a nova gestão lidará com ameaças e homofobia? A falta de consequências para ações tão graves envia uma mensagem perigosa sobre a impunidade e a normalização da intolerância.A Lei de Homofobia, embora ainda não tenha sido aprovada em definitivo, é um importante passo na luta contra a discriminação e a violência motivadas pela orientação sexual. Essa legislação busca garantir proteção aos direitos da comunidade LGBTQIA+, e casos como o de Beto Guilherme evidenciam a urgência de sua implementação e aplicação efetiva. “Democracia é a arte de respeitar a voz de todos, e não o medo de alguns.” O silêncio do TRE e do TSE diante dessas ações é preocupante. A falta de ação pode criar um ambiente onde a impunidade prevalece, encorajando outros a seguirem o mesmo caminho.“Homofobia não é piada; é uma afronta aos direitos humanos.” A expectativa é que indivíduos que ocupam cargos de poder sejam responsabilizados por suas ações, e que a sociedade se manifeste contra qualquer forma de discriminação e ameaça. Somente assim poderemos garantir um futuro onde a diversidade e o respeito sejam as bases da convivência democrática.”Qual legado queremos deixar? Um de medo e silêncio ou um de respeito e inclusão?” Essa é a pergunta que devemos fazer a nós mesmos enquanto observamos os rumos da política e da sociedade.