CPI da VOEPASS: O Que o Jornal O Globo Revela sobre a Conivência no Caso
A matéria do Jornal O Globo, publicada neste domingo pelo jornalista Lauro Jardim, expõe uma realidade alarmante a respeito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o trágico acidente da Voepass, que resultou na perda de 62 vidas. A forma como a investigação está sendo conduzida levanta sérias questões sobre a responsabilidade e a transparência que deveriam guiar esse processo.
O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, foi liberado de depor presencialmente, podendo apenas responder por escrito às questões levantadas. Essa decisão é profundamente preocupante, pois permite que ele evite um confronto direto com os membros da CPI, deixando no ar a impressão de que há algo a esconder. Em um momento em que tantas famílias estão em luto e clamando por justiça, essa abordagem parece mais uma manobra para proteger interesses pessoais do que um compromisso verdadeiro com a verdade.
No dia 8 de outubro, Paranhos assinou um termo de acordo com a empresa Nelson Padovani e Cia, que beneficia diretamente os pais do relator da comissão. Esse acordo, que visa a conclusão de obras de um loteamento, levanta sérias questões sobre conflitos de interesse e sobre a ética de suas decisões. Enquanto isso, as vítimas do acidente da Voepass continuam sem respostas, enquanto os responsáveis parecem se esquivar de suas obrigações.
Simoni Soares, ex-presidente da Transitar, também merece destaque nesta discussão. Após o escândalo de irregularidades e documentos falsificados, seu remanejamento para a pasta de finanças sugere uma tentativa de minimizar os danos e desviar o foco da responsabilidade que deveria recair sobre os ombros de quem ocupou posições de comando. A dor das famílias afetadas pelo acidente deveria ser um chamado à ação, mas, em vez disso, parece haver uma busca por proteger aqueles que falharam em sua função.
O que se vê é uma falta de empatia e um desprezo pelas vidas perdidas. A sociedade espera que aqueles que estão em posições de poder se apresentem e expliquem suas decisões, especialmente em um momento em que a dor de tantas famílias ainda ressoa. Leonaldo Paranhos e Simoni Soares têm a obrigação de enfrentar a realidade de suas ações e responder às perguntas que a população merece.
As próximas semanas serão decisivas para que possamos ver se realmente haverá um compromisso com a verdade ou se mais uma vez os interesses pessoais prevalecerão sobre a justiça. As vítimas da Voepass e suas famílias merecem mais do que palavras vazias; elas merecem ações concretas e transparência. A hora de agir é agora, e a sociedade não pode permitir que essa oportunidade seja perdida.