Desvalorização do Professor: A Realidade Dura da Educação em Cascavel
Parece brincadeira, mas não é. A Secretaria Municipal de Educação de Cascavel está conduzindo uma licitação absurda de R$ 29,4 milhões para a instalação de câmeras de reconhecimento facial e sistemas de monitoramento em escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis). Desse montante, impressionantes R$ 12,3 milhões são destinados exclusivamente à implementação de uma solução de inteligência artificial. É inaceitável que a administração priorize um projeto que deveria ser da alçada da Secretaria de Segurança, enquanto questões urgentes e fundamentais, como o cumprimento do Piso do Magistério e a contratação de professores de apoio pedagógico para alunos com deficiência, continuam sendo negligenciadas.A pergunta que fica no ar é: o que Renato Silva realmente espera com essa iniciativa? Uma greve? Será que ele irá realmente sentar para dialogar com o sindicato e os professores ou continuará a se esquivar, enviando recados como fez durante os debates?Os professores de Cascavel se sentem desvalorizados e humilhados. Não basta que a Secretária Márcia Baldini assedie educadores, conforme os relatos que recebemos. A cena de Baldini e Paranhos tirando fotos ao lado de uma placa é emblemática — é como aqueles prêmios de “melhor cidade” ou “melhor prefeito”, onde se paga e recebe um quadrinho para colocar na parede. Essa superficialidade é repugnante e reflete a maneira como a educação tem sido conduzida em Cascavel.Os educadores enfrentam péssimas condições de trabalho, com salários que não condizem com a importância de sua função. Eles merecem respeito, dignidade e condições adequadas para desempenhar seu trabalho. Em vez de investir em tecnologia de vigilância, a administração deveria priorizar a valorização dos profissionais que moldam o futuro do país.
Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância. — Robert Orben