Transitar de Cascavel: Um Cenário de Insegurança
As recentes denúncias sobre a Transitar revelam um quadro alarmante de nepotismo e manipulação política que não pode ser ignorado. A ex-presidente Simoni Soares, que deveria ter deixado seu cargo, continua a exercer influência significativa dentro da entidade, como se nunca tivesse saído. Sua capacidade de “mandar e desmandar” nos bastidores levanta sérias dúvidas sobre a real independência da gestão atual. Não é apenas uma coincidência que, dois dias após as eleições, sua filha, Kauane Vitória da Silva, tenha sido nomeada para um cargo gratificado com um aumento de 40% em seu salário. Isso nos leva a questionar: se o prefeito Leonaldo Paranhos não tivesse conseguido eleger seu candidato, essa gratificação teria sido concedida?
Além do mais, o remanejamento de Simoni Soares para a pasta de Finanças parece ter sido uma manobra para abafar o escândalo do VOEPASS. A revelação de que a Transitar e a empresa aérea operaram por meses sem um contrato formal é uma grave irresponsabilidade que não pode ser subestimada. O fato de a CNN ter exposto um documento falsificado, e a subsequente matéria que destacou as falhas, deveria ter causado um terremoto político. Entretanto, a resposta foi apenas um “remanejamento” que, na prática, não alterou a dinâmica de poder dentro da Transitar.
E o que dizer sobre a segurança no trânsito em Cascavel? As blitz, que deveriam atuar como um mecanismo de fiscalização e proteção, foram praticamente extintas durante o período eleitoral, em uma clara demonstração de que o governo preferiu silenciar as infrações a fim de não gerar descontentamento entre os eleitores. A decisão de não multar ninguém e a retirada de veículos de fiscalização das ruas são ações que desconsideram a segurança da população. Em julho de 2024, 590 veículos foram multados, mas onde estão esses veículos apreendidos? A ordem de levar os carros para um local no Aeroporto de Cascavel, que foi rapidamente revogada pela ANAC devido ao risco de combustíveis inflamáveis, mostra a falta de planejamento e a irresponsabilidade na gestão.
Essas manobras e ações questionáveis não apenas refletem uma gestão que prioriza interesses pessoais, mas também ignoram as vidas perdidas no acidente da VOEPASS. Cada vida ceifada é um lembrete sombrio do que acontece quando a segurança e a responsabilidade são colocadas em segundo plano. As vítimas desse acidente merecem justiça e um comprometimento genuíno com a segurança pública, que parece estar ausente na administração atual.
A população de Cascavel deve estar atenta a essa realidade e exigir uma verdadeira mudança. É preciso que a gestão da Transitar seja responsabilizada por suas ações e que a influência de figuras como Simoni Soares seja contida. A política local não pode continuar a ser um jogo de favores e manipulações em que o bem-estar da comunidade é colocado em risco. É hora de exigir transparência, responsabilidade e, principalmente, respeito à vida.